Carta ao Ídolo.

Como faço todo domingo de manhã, sentei-me para ler o jornal e lá pelas tantas me deparei com uma reportagem sobre três ¨Garotas de Ipanema¨ que se juntaram para fazer um blog onde discutiriam o ¨envelhecer¨ e outras histórias. Uma dessas ¨garotas¨ é Joyce que, com seus cabelos compridos,olhos grandes e dependendo do tempo,de um azul ou verde profundo, povoou a minha adolescencia e muitas vezes me serviu de exemplo.
Lendo a matéria fui transportada de volta para os meus 15 anos, a praia na Montenegro, ao Veloso,aos cursos do Tablado, aos shows no Parque da Catacumba ,etc.
Apezar de termos vivido a juventude em épocas diferentes,frequentamos alguns lugares comuns e me lembro de várias vezes termos nos cruzado . Eu sempre espichava um olho comprido para o lado daquela moça que me dizia para ter a mente quieta e o coração tranquilo,imitava sua maneira de vestir,queria ter filhas que se chamassem Clara e Ana, fazia Yoga e só comia macrobiótica.

Nossas trajetórias foram completamente distintas mas fiquei feliz de constatar que mesmo tendo mudado a dieta e o vestuário, ( os cabelos nunca,para sempre compridos!), ainda tenho dentro de mim um bom pedaço da menina que Joyce e a sua geração me ensinaram a ser . Quanto a saber quando e se envelheceremos acho que foi isso que vocês descobriram e generosamente nos ensinaram:Envelhecer , para nós ,ou não existe ou tem um significado ainda desconhecido.