sábado, 5 de março de 2011

Na Passarela do Caledoscópio

Alô Alô Minha Gente,Alô Alô que é Sábado de Carnaval!.... Mas aqui aonde eu moro,está chovendo sem parar e fazendo tanto frio que não dá vontade de por nem o nariz na rua então,Internet para que te quero.
Passeio pelos sites que costumo frequentar,me aventuro por outros,entro aqui,saio acolá e lá pelas tantas o título de uma coluna me chama a atenção,me ponho a ler e a cada parágrafo lido meu queixo se deixa levar mais e mais  pela força da gravidade.
A dona da coluna,uma jornalista bonita e com um texto bem escrito,tentava fazer um paralelo entre a visita da presidenta Dilma à Ana Maria Braga e a escolha de Sandy para fazer o comercial de uma marca de cerveja.
Ao longo do texto,a jornalista deixava claro o seu inconformismo com a petulância de Dilma em querer se mostrar como uma mulher normal,capaz de falar sobre batons,cozinhar omeletes e sentir falta de ninar o neto. Mais dificuldade ainda, sentia a moça em aceitar a Sandy de cabelos loiros,a boca pintada de vermelho,lambendo os beiços com cara de sexy num anuncio da famigerada cerveja.

Num outro momento,encontro o depoimento de Toninho Cerezo,que se viu obrigado a vir a público declarar seu amor por seu filho/filha, diante da enxurrada de pontos de interrogação lançados pela imprensa,depois que a maravilhosa Léa T ,se tornou conhecida em terras tupiniquins.

Lembrei-me então de um texto do jornalista Lúcio de Castro, que li faz pouco tempo, e é mesmo lamentável ,como ele ressaltou,que tenhamos perdido,(se é que algum dia tivemos),a capacidade de olhar o todo,de perceber o que está além do óbvio,que gostemos tanto de etiquetas classificatórias.
Porque será que o que foge do padrão nos assusta tanto? Temos paúra do que não compreendemos no outro ou do que isto causa a nós e ao nosso universo pequenininho e arrumadinho?

Somos todos imensas colchas de retalho,cada um de uma cor, cada um com um desenho diferente e pobre daquele que não se acha capaz de ousar,de mudar, de transgredir.Que se pensa estagnado,presa de uma fôrma segura onde tudo é preto ou branco,certo ou errado,claro ou escuro.
Porque a Sandy não pode ser puta e santa? Ou a Dilma,sargentão e doce vovozinha ? Ou Léa T, homem e mulher? Porque? Ou será que podem desde que de foma recolhida,dentro de seus lares e bem longe das vistas de um público que não quer se sentir ameaçado pela ousadia e desprendimento alheio? Que não admite que a segurança de seus saberes embolorados seja chacoalhada por quem não aceita rótulos,por quem pode ser livre?


Este filme,onde somos todos forçados a vivermos,por força de costumes arcaicos ou crenças equivocadas,dentro de lindas caixinhas douradas,dizendo amém para qualquer idiotice que nos empurrem goela abaixo,eu já vi e o final,minha gente,não é nada bonito.

Respeitemos o sagrado espaço da diferença e mil vivas as Leas,Dilmas Sandys,Marias,Cássias,Brunas,Rogerias e aos Leandros, Toninhos,Lúcios,Chicos,Adrianos, Renatos, todos juntos e misturados,formando uma enorme explosão de cores sem regras nem padrões,sem nomes nem sexo,só gente,criativa,inteligente,multifacetada e inteira em cada parte .

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